sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Quem somos.

Trabalho apresentado a Universidade do Estado da Bahia - UNEB / Universidade Aberta do Brasil - UAB, como requisito de avaliação parcial da disciplina História da Bahia orientado pelo Professor Alfredo Matta, Tutora a distância Rita Cristina Santiago e Tutora presencial Cláudia Sandra no curso de Licenciatura em História.

Esta equipe é composta por:

Cleiton Ribeiro
Helmo Andrade
Jeane Santana
Jones César Paixão.
Rosanita Guimarães


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A Indústria Têxtil na Bahia



A indústria têxtil é tradicionalmente uma das pioneiras na industrialização de uma região ou país; por longo tempo, manteve significativa importância na história econômica da Bahia. O estudo de sua evolução contribui para a compreensão das causas da estagnação e decadência de um Estado que foi um dos mais industrializados do Brasil na segunda metade do século XIX e décadas iniciais do século XX, época em que os avanços obtidos levavam a crer que a antiga província manteria sua posição de destaque na indústria nacional. Fontes sobre indústria têxtil na Bahia são muito escassas – em geral, pode-se contar apenas com dados quantitativos esparsos em jornais, arquivos de fábricas e órgãos públicos, bem como breves comentários em publicações sobre temas mais amplos, como indústria têxtil nacional ou desenvolvimento econômico da Bahia.

Fonte: INDÚSTRIA TÊXTIL NA BAHIA – O APOGEU NO SÉCULO XIX E TENDÊNCIAS ATUAIS - Webber Stelling

Valença é a Fábrica ou a Fábrica é Valença?




Por vezes ouvimos essa sentença, em textos ou livros, mas na verdade a historia da cidade se confunde com a produção têxtil da fabrica.
E existem registros de que a fábrica têxtil a se instalar na Bahia da qual se tem conhecimento foi a “Todos os Santos”, na cidade de Valença. Sobre sua data de fundação, há controvérsias, porém os registros mais confiáveis – a própria documentação da empresa – apontam o ano de 1844. Foi a maior e mais importante fábrica de tecidos do século XIX e, segundo Rômulo Almeida, ficou conhecida como a melhor do Império e, talvez, da América do Sul.A Fábrica de Tecidos Todos os Santos foi à primeira indústria nacional movida por energia hidráulica, ocupando até 300 operários, em sua maioria mulheres. Marco da industrialização baiana contemporânea, foi visitada por D. Pedro II em 1860. Consistia em um complexo industrial formado por barragem, comportas, canais, edifícios, fornos de fundição e oficinas, dos quais só restam atualmente as ruínas do edifício principal (originalmente com cinco pavimentos), barragem, canais e algumas pontes. Projetada e implantada pelo engenheiro norte-americano Carson, era acionada por rodas d’água localizadas no subsolo, para onde foi deslocado parte do caudal do Rio Una. As duas rodas d’água, com potências máximas de 45 e 35 cavalos mecânicos –trabalhando efetivamente com 30 e 20 cavalos mecânicos, respectivamente – transmitiam a força hidráulica aos filatórios e aos teares, instalados nos pavimentos superiores. Sua produção média era de 4.000 varas 3de tecidos por dia. Isso deu notoriedade a cidade e ao estado baiano.

Fonte: INDÚSTRIA TÊXTIL NA BAHIA – O APOGEU NO SÉCULO XIX E TENDÊNCIAS ATUAIS - Webber Stelling

A Fábrica e a Cidade: Um canteiro de memórias



A existência de uma fábrica têxtil em Valença possibilitou, desde o século XIX e por mais da metade do século XX, a construção de uma configuração econômica e social bastante peculiar da cidade. Consolidou-se, ao longo do tempo, a idéia de que a Companhia Valença Industrial era a principal fonte empregadora e a razão do progresso local, sendo esta visão recorrente nos periódicos que circulavam na cidade entre as décadas de 1950-1970 e nos depoimentos de operários e operárias entrevistados na época. Somente nos anos 80 esta idéia perdeu a vitalidade, pois neste período a fábrica entrou em crise – em que muitos trabalhadores foram penalizados com a redução de pessoal –, chegando a interromper suas atividades na década subsequente. Apesar da pluralidade econômica de Valença, fortemente vinculada a atividade agrícola, extração de madeira e pesca, foi à atividade industrial que deu nome à cidade, historicamente conhecida como a “Industrial Cidade de Valença”. Também foi a indústria têxtil ali instalada que se responsabilizou, durante muito tempo, pelo abastecimento de energia elétrica e de água para a população valenciana. 

Fonte: AO SOAR DO APITO DA FÁBRICA: IDAS E VINDAS DE OPERÁRIAS (OS) TÊXTEIS EM VALENÇA-BAHIA (1950-1980) - Neli Ramos Paixão.

Além das paredes da Fábrica



A fábrica delineou uma imagem de cidade com características muito próprias, que estão presentes nas lembranças dos valencianos de maneira recorrente: as idas e vindas de operários e operárias pelas ruas, o apito da fábrica – que acabou por tornar-se uma referência temporal não só para a troca de turnos no trabalho fabril, mas para a população em geral, que se orientava pelo soar do apito em suas atividades cotidianas –, a ponte que corta o rio Una com sua estrutura elevadiça para a travessia das embarcações da Companhia, a visão da fábrica como a alternativa mais promissora de emprego, todos estes  elementos revelam a relação estreita que se estabeleceu entre a C.V.I. e a população valenciana,  contribuindo para a compreensão de aspectos muito particulares da história e da cultura da cidade. As marcas históricas encontradas nas lembranças dos trabalhadores têxteis permitem vislumbrar a importância da fábrica como palco do exercício profissional desses sujeitos e, principalmente, como cenário onde se teceramrelações sociais que mesclaram exploração e resistência, conflitos e cumplicidades, submissão e enfrentamentos, disputas e afetividades. A Fábrica se estendeu para além da sua estrutura e adentrou em cada lar de Valença através de seus operários diretos e indiretos.

Fonte: AO SOAR DO APITO DA FÁBRICA: IDAS E VINDAS DE OPERÁRIAS (OS) TÊXTEIS EM VALENÇA-BAHIA (1950-1980) - Neli Ramos Paixão.